O real rombo das prefeituras

O fim de ano não tem sido de boas notícias  para muitos municípios maranhenses. Atrasos de verbas e falta de pagamentos estão deixando o funcionalismo público em sinal de alerta e quem não é concursado está com as atenções redobradas.

Depois da manifestação feita no meio da semana por prefeitos de dezenas de cidades, ficou no ar a dúvida de como possa estar a situação das administrações municipais pelo interior do Maranhão. Ao que parece, a crise pegou de jeito as cidades pequenas e entre as soluções para equilibrar as contas, demissões estariam em andamento. Em alguns lugares, os atrasos atingem mais de uma área.

O setor mais atingido  com a falta de verbas é a saúde. Em alguns municípios tem faltado material  médico para atendimentos básicosCaso de Governador Nunes Freire, que não tem nenhuma solução possível, por enquanto.  Na cidade dViana, os atrasos podem chegar até quatro meses.

Em Nova Olinda do Maranhão, a crise gerada pela falta de repasse de verbas já tem conseqüências rias na população. Em novembro passado, um bebê morreu em uma unidade de saúde por falta de atendimento à gestante que havia entrado em trabalho de parto. O médico que deveria ter atendido a mulher se negou a fazer os procedimentos ale- gando falta de equipamentos e por estar com o salário atrasado.

Os fatos  negativos  ocorridos em Nova Olinda culminaram com o pedido do Ministério Público do Maranhão (MP-MA) pelo afastamento por 180 dias do prefeito da cidade, Delmar Barros da Silveira Sobrinho (DEM). O motivo é justamente o atraso no pagamento dos salários dos servidores municipais, responveis pela denúncia de ingerência dos recursos públicos.

Mais atrasos

Em Governador Nunes Freire, os contratados do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação sica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) ainda estão com uma parte do salário de novembro para receber e a segunda parcela do 13º sario aindo saiu. Há uma previsão  de  pagamentos até a próximquarta-feira. Caso o aconteça, fica para janeiro de 2016.


Atrasos no FPM

Segundo prefeitos do Maranhão, a constante queda de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) está in- viabilizando as administrações municipais em manter em dias programas desenvolvidos pelas administrações municipais.

De acordo com informações da Secretaria do Tesouro Nacional, as Prefeituras maranhenses encerrarão o ano de 2015 com um ficit de mais de R$ 195 milhões ocasionado pela queda de recursos do FPM. Já para janei- ro de 2016, a previsão é de nova queda estimada em 17, 2%.
Foi essa situação que levou dezenas de prefeitos e prefeitas maranhenses a realizarem um ato público em defesa dos municípios na última terça-feira. Eles fecharam a BR-135 por cerca de
40 minutos nas proximidades da Ponte do Estreito dos Mosquitos, do lado pertencente ao município de Bacabeira. A lista de cidades  atingidas pela falta de recursos é grande e contempla todas as regiões do estado.

Resposta da Famem

Até o fechamento desta edição, O Imparcial esperou pela resposta da Federação das Associações dos Municípios
do Estado do Maranhão sobre quais prefeituras passam por dificuldades, em que áreas e de quanto é o prejuízo, mas não obtivemos retorno.


 JO CARVALHO JR.
ESPECIAL PARA O IMPARCIAL