Coronelismo

No século XX, o auge do coronelismo, os eleitores precisavam levar apenas um pedaço de papel com o nome do seu candidato e depositar na urna. Tratava-se de qualquer papel, trazido de casa mesmo, muitas vezes entregues pelos próprios coronéis a seus funcionários e já preenchidos. É importante ressaltar que a grande maioria dessas pessoas era analfabeta, sabendo apenas assinar o seu nome. Como analfabetos não podiam votar, na época, levavam para as urnas os papéis já preenchidos, não levantando a suspeita de que não saberiam ler e escrever.
Nos papéis estavam escritos o nome dos candidatos que eram convenientes aos próprios coronéis em relação as suas alianças políticas. Assim o coronel que tivesse mais influência, que tinha mais empregados, geralmente levantava mais votos para seus candidatos.
Já os empregados, como não sabiam ler, votavam sem ao menos saber o que estava escrito nos papéis que depositavam nas urnas, aonde chegavam através de um transporte fornecido pelo próprio coronel.
Todo território Brasileiro estava repleto dessa figura, um grande fazendeiro que exercia poder total sob uma comunidade de camponeses humildes, muitas vezes liderando, e reprimindo, por via oral ou até mesmo pelo uso da força. Ou seja, quando o convencimento não surtia efeito em seus influenciados, o coronel recorria à violência para que os eleitores de seu “curral eleitoral” obedecessem às suas ordens. E como o sistema eleitoral era aberto, ficava muito fácil a fiscalização dos eleitores para que votassem nos candidatos exigidos pelo coronel.
Usava esse poder, então, para garantir que os candidatos que eles apoiavam fossem eleitos.
Com a subida de Getúlio ao poder, na revolução de 1930, a situação mudaria aos poucos. Em 1932 entra em vigor o primeiro Código Eleitoral do Brasil que garantia o voto secreto, medida que foi de fundamental importância para a correção de fraudes em eleições.
Por outro lado um outro fator foi importante para o enfraquecimento do Coronel: o êxodo rural. A população foi, gradualmente, mudando do campo para a cidade.
Hoje com a adesão da urna eletrônica nas eleições brasileiras, as chances de fraudes foram diminuídas, mas não esgotada, pois várias denúncias foram feitas.
Por: Pedro Augusto Rezende Rodrigues