Estudantes da UFMA em luta por assistência estudantil e educação de qualidade


Fábio Coimbra
é formado em Filosofia;
atualmente cursa Mestrado em Cultura e Sociedade pela UFMA


Na manhã desta segunda feira nós, estudantes da UFMA, realizamos uma manifestação concreta em defesa de alguns dos nossos direitos: educação e assistência estudantil de qualidade. Assim, interditamos a avenida dos portugueses, na ponte do bacanga, primeiro, em um sentido, em seguida, os dois. O objetivo era chamar a atenção da sociedade sobre o que os filhos dela enfrentam entre os muros da universidade e nas casas de estudantes.
alguns nos esculhambaram (o que é normal na vida de todo aquele que luta pela realização da justiça no mundo) outros aderiram ao movimento e à causa em questão depois de tê-la compreendido. Cabe, por conseguinte, ressaltar que essa luta não é uma luta apenas nossa, mas de todos os filhos da população maranhense de baixa renda e, portanto, sem condições de se manter em São Luís para cursar o ensino superior. 
Caso sejam alcançados, os benefícios dessa luta não serão apenas nosso, mas de uma geração que mesmo ainda nem nasceu. como estudantes, temos que reivindicar os nossos poucos que direitos que ainda nos restam, porque o resto o sistema já nos tirou. mutias vezes, perdemos a força pela qual carregamos o peso que é imposto em nossas costas. então é quando a força natural que está dentro de cada um de nós explode como uma bomba, e chegamos onde chegamos. Qual é o homem que se conhece?
Cumpre dizer que a UFMA mantém atualmente três casas de estudante, a REUFMA (Residencia Estudantil da UFMA, localizada próximo à praça Deodoro), o LURAGB (que é a casa feminina, localizada no centro histórico de são luis) e a CEUMA (Casa do Estudante Universitário do Maranhão, localizada na rua são pantaleão, próximo à rua grande, no centro de são luís – nessa casa eu morei por cerca de 3 anos e meio, durante a graduação em Filosofia).
O que nós, estamos reivindicando é a entrega de uma casa de estudante cujo início da construção se deu na gestão do reitor anterior, e o término das obras na atual gestão do reitor Natalino Salgado, que desviou a finalidade do projeto inicial. A casa dentro do campus é importante porque vai ajudar a vida de muita gente pobre que vem do interior do estado e que não consegue se manter em são luís. A importância da casa dentro do campus consiste em vários motivos. Dois deles são: primeiro, a segurança (coisa que falta às três casas) e, segundo, o fato de que – estando morando dentro do campus – os estudantes não precisaram pagar passagem para chegar à universidade. Cabe salientar que há alguns estudantes que, muitas vezes, se deslocam a pé das casas (que ficam no centro) para o campus (que fica no bacanga).
Atualmente na UFMA, as decisões são tomadas e aplicadas de forma verticalizada e centralizada. Pois, não há diálogo com a comunidade acadêmica: estudantes, professores e técnicos. Queremos mostrar ao reitor que a ditadura já foi superada (pelo menos em tese); que vivemos em uma democracia; e que esta (democracia) é uma forma de governo que pressupõe a argumentação pública racional, o respeito pelos outros, e o reconhecimento de que as pessoas não são maquinas que obedecem a comandos mecânicos, mas são, antes de tudo, seres pensantes e livres para aceitar ou rejeitar esta ou aquela opinião.
Todos os setores da universidade e demais organizações da sociedade tem se mostrado a nosso favor.
Segue abaixo as fotos das manifestações que fizemos na segunda-feira (quando fechamos a ponte do bacanga nos dois sentidos) e na terça-feira (quando erguemos barricadas em frente ao portão de entrada da UFMA, bem como no portão que dá acesso ao Sá Viana, bloqueando as entradas no campus – quem estava dentro não saia e quem estava fora não entrava, exceto ambulâncias e o IML, o fluxo de pedestres permaneceu livre). Segue também as fotos da casa pela qual lutamos.