As principais causas da corrupção no Brasil


Jorge Hage ( ministro-chefe da Controladoria-Geral da União)    aponta principais causas da corrupção no Brasil

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, disse no dia 9 de Dezembro, que as causas mais profundas da corrupção têm raízes em questões “como o financiamento privado de campanhas e de partidos, o sistema eleitoral, os meandros da elaboração do orçamento público e, sobretudo, a urgente necessidade de reforma das leis processuais penais, que são, hoje, a principal garantia de impunidade”.

A declaração foi feita durante a abertura do evento comemorativo do Dia Internacional contra a Corrupção, quando o ministro voltou a defender a aprovação da chamada Emenda dos Recursos, que tramita no Congresso e que, segundo ele, “permitiria a prisão dos corruptos após o julgamento por um Tribunal, acabando com a terrível sensação de impunidade que vivemos em nosso país, e que é, sem sombra de dúvida, o principal alimento da corrupção”.


Representando a presidenta Dilma Rousseff no evento, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hohffmanf, destacou o trabalho desenvolvido e os resultados alcançados pela CGU na prevenção e combate à corrupção e lembrou um trecho do discurso de posse da presidenta: “Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o desvio e o malfeito.
A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para atuarem com firmeza e autonomia”.

O advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, também elogiou o trabalho da Controladoria e revelou que a AGU ampliou, nos últimos anos, o índice de recuperação de recursos desviados de 1% para 15%. “E nossa próxima meta é chegar a 25% até 2016”, anunciou.

Benjamin Zymler, presidente do Tribunal de Contas da União, defendeu uma integração ainda maior entre os órgãos de fiscalização e controle, bem como o uso da inteligência no combate à corrupção. Segundo ele “a sociedade tem que perceber que a corrupção é um mau negócio e implica em grande risco”.

Por sua vez, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ser difícil imaginar crime mais grave que o da corrupção, porque cada centavo desviado desfalca a saúde, a educação ou a assistência social prestada aos mais pobres e necessitados. Apesar disso, citou números de uma pesquisa segundo a qual apenas 0,23% do total dos mais de 450 mil presos brasileiros pagam pena por delitos contra a administração pública.


Além das autoridades já citadas, compuseram ainda a mesa dirigente do evento o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra; o representante no Brasil do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Bo Mathiasen; o representante da Unesco, Guilherme Canela; e o deputado Francisco Praciano, presidente da Frente Parlamentar Mista contra a Corrupção.

CGU