Temer citou os exemplos de Portugal e França, onde os presidentes atuam ao lado do Parlamento. Paulo Whitaker/Reuters |
O presidente Michel Temer voltou a defender nesta terça-feira
(8) a adoção de um sistema parlamentarista no Brasil, se possível já para a
eleição de 2018, e citou os exemplos de Portugal e França, nos quais os
presidentes também têm peso importante ao lado do Parlamento.
Temer
classificou seu governo como um "pré-exercício" do parlamentarismo e
afirmou que, em sua gestão, o Executivo atua em parceria com o Legislativo, ao
contrário de outros momentos em que, de acordo com o presidente, o Congresso
era visto como um "apêndice" do governo.
"Você
sabe que eu tenho muita simpatia pelo parlamentarismo, eu acho que o Brasil
pode caminhar para isso. De alguma maneira, nós estamos fazendo um
pré-exercício de parlamentarismo", disse Temer a jornalistas após abrir o
congresso da Fenabrave, associação de concessionárias de veículos, em São
Paulo.
"Não
é improvável que esse exemplo que nós estamos dando possa, em breve tempo,
converter-se em um sistema semipresidencialista ou semiparlamentarista, o
rótulo pouco importa. Agora, há de ser um sistema parlamentarista do tipo
português ou do tipo francês, em que também o presidente da República... tem
uma presença muito significativa no espectro governativo."
Embora
tenha admitido que o tempo até a eleição do ano que vem seja curto para a
adoção do parlamentarismo, Temer afirmou que seria "ótimo" alterar o
regime de governo já no próximo ano.
"Mas se não vier em 2018, o tempo é curto, quem sabe prepara-se para
2022", defendeu o presidente, que enfrenta um recorde de impopularidade em
meio às crises políticas e econômicas e às acusações de que é alvo no âmbito da
delação premiada de executivos da J&F, holding que controla a JBS.
Na
semana passada, em entrevista à rádio Bandnews FM, o presidente já havia
afirmado que "não seria despropositado" alterar o regime já para o
pleito de 2018 no âmbito de uma reforma política que está sendo debatida no
Congresso Nacional.
Na
véspera, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse em
entrevista à Rádio Bandeirantes que o sistema presidencialista se esgotou e que
é necessário "algo novo". Ele ponderou, entretanto, que a mudança
para o parlamentarismo exigiria um sistema eleitoral "completamente
diferente" do atual.
Em
seu discurso aos empresários, Temer defendeu a aprovação das reformas,
especialmente a da Previdência, que ele classificou como "imperiosa"
de ser aprovada agora, caso contrário, disse, será muito difícil enfrentar os
próximos anos.
Fonte: R7