Fábio Coimbra
É Licenciado em Filosofia pela
Universidade Federal do Maranhão; atualmente cursa Mestrado em Cultura e
Sociedade pela mesma instituição.
Tendo nascido no ano da liberdade,
como homem livre, escrevo para homens livres.
Numa cidade na qual a simplicidade e a
humildade é marca característica de um povo sofredor, é um absurdo e, acima de
tudo, um ato de covardia o que está sendo feito ao povo pobre e lutador, que é
o povo de nossa cidade, Turilândia. Não estariam passando por essa situação se
não fosse a ganância, a bestialidade, a idiotice e burrice dos integrantes
daquele queijo furado que está cheio de buraco e rato passando por todo lado,
ao qual chamamos de câmara de vereadores.
Sim, senhores, são eles mesmos – os
vereadores que vocês votaram – os principais responsáveis por tudo o que está
acontecendo relativamente aos atos de demissão por parte do poder executivo. É
claro que o prefeito, burro como parece, não usou a melhor estratégia para
resolver o impasse (essa estratégia eu não vou falar aqui). Assim, preferiu
seguir o caminho errado (demitir) em detrimento do correto (manter os
trabalhadores em seus respectivos trabalhos). Inclusive fui à câmara de
vereadores na seção que estava ocorrendo na segunda feira. Tinha muitas
pessoas. Não entrei acompanhei um pouco pela janela. Mas sai logo. Pois, não
aguentava ver tanta hipocrisia estampada naqueles rostos parvos e cheios de
falsidade (refiro-me – parcialmente – aos membros do poder legislativo).
Porque não disseram a verdade (que
quase todo mundo sabe qual é)? Não disseram (e não vão dizer) porque isso lhe
custaria o ódio e a rejeição do povo. Em sendo assim, optaram por continuar
mentindo. Porque eles não dão ao povo de Turilândia o conhecimento das causas
primeiras das demissões que estão em processo de ocorrência? A meu ver, os
indivíduos demitidos não estariam passando por essa situação constrangedora se,
de fato, os comprados (os produtos de mercado estampado nas vitrines da câmara)
tivessem pensado mais no povo do que nos seus próprios interesses.
Agora, vou logo dizer categoricamente
qual é a estratégia desses vereadores (ao que me parece): ela consiste em
colocar o povo contra o prefeito, e assim deslocar para o executivo um ódio,
uma ira popular que, a bem da verdade, deveria ser, de fato, contra o
legislativo – mostrada as causas primas de tudo que está acontecendo. Como o
prefeito tolo é ausente e tem se mostrado incompetente para o mando político
acaba, por essa razão, pagando um prejuízo que não é seu – o que complica ainda
mais sua situação do ponto de vista da continuidade.
A título de hipótese, poder-se-ia
argumentar aqui que em Turilândia criou-se o costume de que para trabalhar (ou
fingir que trabalha), o vereador precisa receber um pouco mais alem do seu
salário, uma espécie de incremento dado pelo executivo. Tudo complica quando
eles mamam em duas tetas. E piora ainda mais quando são obrigados a optar por
uma delas. O resultado é isso que está acontecendo: prejuízo para a sociedade
(como o caso das demissões). É exatamente por essa razão que, em minha
perspectiva, não há uma democracia em Turilândia, e sim, uma espécie de governo
que eu chamaria de putacracia.
Essa câmara de vereadores tinha de
tudo para ser a melhor de todas as que já existiram até agora, mas, se
converteu na pior (até o momento). Hoje, tanto o prefeito como os vereadores
estão totalmente desmoralizados e, aparentemente, desacreditados no cenário
político turilandense. De qualquer maneira, ainda o mandato ainda está pela
metade. Vamos esperar para ver o que teremos ao final. Porque assim como os
homens se destroem com suas próprias mãos, da mesma forma eles podem se
reconstruir e traçar um novo perfil para uma nova história. Pois, há uma
inconstante que perpassa as coisas humanas e políticas. É uma obrigação nossa
estabelecer novos caminhos para a construção da sociedade que queremos e buscar
novas alternativas quando as velhas já não correspondem mais as expectativas
primeiras.
Em suma, cumpre referir que não são os
vereadores que critico enquanto pessoas humanas, mas, as pessoas enquanto
vereadores. Em outras palavras, não é a pessoa do vereador que critico, mas,
sim, sua conduta enquanto representante da pessoa dos outros. O mesmo raciocínio
é válido no caso do executivo.