Acadêmico
de Filosofia da Universidade Federal do Maranhão com pesquisa concentrada na
linha de Ética e Filosofia Política
“A
ambição dos grandes é sem fim, e se por várias vias e modos ela não é
controlada, em pouco tempo arruína a cidade” (MAQUIAVEL)
Recentemente,
estive na cidade de Turilândia para, dentre outras coisas, analisar
empiricamente a real situação do município do ponto de vista político. Dentre
tantas coisas que percebi, vi que a primeira necessidade que há é a de um
legislador. Pois, a impressão que tive é a de que o município está abandonado
do ponto de vista tanto do poder executivo, como do legislativo. Nessa
perspectiva, os problemas se ampliam a cada dia que passa. No semblante da
cidade reflete: a falta de segurança; de saúde; de cultura; de respeito para
com os pais e mães de famílias, que labutam incansavelmente todos os dias para
garantir o pão; de respeito para com os jovens que sonham; para com as crianças
e para com o ancião. Para usar as palavras de Boris, “isso é uma vergonha”. Diante
de tanto descaso e demais imundícies que nos revolta, a questão que se nos
impõe é: onde estão os vereadores que foram eleitos e que constituem uma
espécie de porta voz entre o povo e o executivo?
Precisamos,
sem sombra de dúvida, renovar a câmara e dar um basta nessas fantasmagorias que
instauram a instabilidade política e social dentro do município; precisamos
fazer com que Turilândia faça jus ao título que recebera há alguns anos
(cidade), pois muitas vezes temos a impressão de que ainda vivemos em um
povoado chamado pilões com algumas evoluções como asfalto nas ruas e outras
coisas, mas com ruas escuras, violência e um monte de coisa que não presta.
Perspectiva dos candidatos e tendência
do eleitorado
Há,
é sabido, três candidatos a prefeito que dividem o eleitorado em três blocos
distintos. Dos três, um (Juvenil) aparece como intermediário entre a tensão que
há entre os dois grandes grupos rivais (o grupo do ex prefeito Teodoro,
liderado por Gonzaga, e o do Atual prefeito Curió, liderado por Alberto).
Assim, a perspectiva do eleitorado é a seguinte: muitos não simpatizam o grupo
de Gonzaga por o considerarem uma extensão de Teodoro; outros não simpatizam o
grupo Alberto por verem nele uma continuidade do descaso que – nas palavras de
muitos populares – qualifica o governo de curió. No meio dessa tensão, Juvenil
seria um candidato forte se dispusesse de grande “virtù” e “fortuna”
(termos de Maquiavel). Parece que aquele que iria tocar fogo na disputa e, assim,
quem sabe, instituir um terceiro grupo na história política de Turilândia está
deixando escapar pelo ralo o combustível que se esvai e que é necessário a esse
processo.
Se
a argumentação dos não simpatizantes dos dois polos opostos for fidedigna, pela
evolução dos dois grupos rivais a conclusão que se nos impõe é a de que
Turilândia ainda levará algum tempo para sair da mesmice que perdura no tecido
da sua pequena história.
Como
as coisas humanas estão sempre em movimento (devir) e não podem ficar paradas,
e não se pode esperar do homem ser amanhã o que demonstrara ser hoje, em razão
da complexidade da própria natureza humana, é preciso ser muito cauteloso,
razão pela qual não farei aqui a emissão de nenhum juízo de valor a cerca dos
candidatos tanto a prefeito, quanto a vereador. Deixo isso, entretanto, como
exercício para o pensamento de cada um.